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Primeira consulta após a retirada
- Confirme, junto à equipe, a dorsiflexão ativa (meta entre 10° e 20°).
- Registre vídeos curtos da marcha e fotos do alinhamento dos pés — servem como parâmetro para checagens futuras.
- Combine um plano de manutenção: órteses, fisioterapia, revisões médicas e intervalos entre retornos.
Perguntas úteis
- Quantas horas por dia a órtese deve ser utilizada nas próximas semanas?
- Quais exercícios caseiros são prioritários?
- Em que situações devo procurar a equipe antes da próxima consulta?
- Quando reavaliamos a necessidade de repetir gessos ou ajustar órteses?
Órteses: qual, quando e como ajustar
| Tipo | Quando usar | Benefícios |
|---|---|---|
| AFO fixa | Uso noturno ou integral nas primeiras 6–12 semanas | Mantém dorsiflexão e evita recidiva precoce. |
| AFO articulada | Crianças com bom controle motor que precisam de mobilidade no dia a dia | Permite flexão controlada e treino funcional. |
| Posterior Leaf Spring (PLSO) | Quadros leves, com fraqueza dorsiflexora discreta | Auxilia na fase de balanço da marcha. |
- Utilize meias finas ou de compressão suave para evitar atrito.
- Revise ajustes a cada 2–3 meses ou após surtos de crescimento.
- Fotografe a pele ao retirar a órtese: vermelhidões persistentes exigem avaliação profissional.
Movimento guiado para manter ganhos
Em casa (3–5 vezes por semana)
- Alongamentos de panturrilha, com joelho estendido e flexionado (30 segundos × 3 repetições).
- Agachamentos buscando apoiar o calcanhar primeiro.
- Caminhadas em superfícies variadas (grama, tapete, EVA) para estimular propriocepção.
Na clínica ou com profissional
- Fortalecimento específico de dorsiflexores e músculos intrínsecos do pé.
- Treinos de equilíbrio, degraus e rampas suaves.
- Estratégias de integração sensorial para pacientes com TEA ou hipersensibilidade plantar.
Terapias complementares — quando fazem sentido
- Terapia ocupacional: adapta a rotina e trabalha controle motor fino.
- Fisioterapia aquática ou musicoterapia: aumenta engajamento e amplitude sem sobrecarga.
- Botox + gesso: literatura mostra benefício limitado em casos idiopáticos; é considerado apenas com indicação médica clara.
Monitoramento contínuo
- Agende reavaliações trimestrais no primeiro ano pós-gesso.
- Anote qualquer retorno da marcha em ponta, dor recorrente ou desgaste desigual nos calçados.
- Se notar perda de dorsiflexão, discuta com a equipe a possibilidade de órtese mais rígida, intensificação da fisioterapia ou novo ciclo de gesso noturno.
Retorno gradual às atividades
- Atividades de impacto (corrida, futebol, saltos) só são liberadas quando houver controle motor adequado — normalmente após 4 a 6 semanas.
- Incentive dança, natação e artes marciais adaptadas para manter mobilidade sem sobrecarga.
- Calçados com contraforte firme e drop neutro ajudam a preservar alinhamento.
Mantenha a família alinhada
- Compartilhe com todos os cuidadores um resumo escrito com orientações, contatos e sinais de alerta.
- Reforce que dor persistente, inchaço ou nova marcha em ponta exigem contato imediato com a equipe.
- Celebrate pequenos avanços: registrar os progressos ajuda a manter motivação e adesão às rotinas.
Com cuidado contínuo e diálogo aberto com profissionais, os ganhos do gesso seriado podem se manter por anos, reduzindo a chance de regressão ou necessidade de abordagens cirúrgicas.